Campo Pequeno numa noite magnífica
Festa brava na quinta-feira à noite no Campo Pequeno, na I Corrida Vidas/CM. João Salgueiro e o filho João Salgueiro da Costa deram o mote para uma noite especial que contou com inúmeras figuras públicas nas bancadas bem compostas da principal praça portuguesa.
O matador de toiros espanhol Eduardo Gallo foi o triunfador da corrida de quinta-feira à noite, no Campo Pequeno (Lisboa), com duas faenas de muleta de bom recorte técnico e artístico.
Com o capote, no seu primeiro, Gallo executou verónicas arrimadas, com as quais escutaram os primeiros aplausos e, após o tércio de bandarilhas, bem executado pela sua quadrilha, aproveitou da melhor maneira a nobreza do toiro, lidando-o pela direita e pela esquerda, com passes de fino recorte.
Sobretudo pelo lado direito, aquele por onde a investida do toiro era mais clara, Eduardo Gallo suscitou as maiores ovações, embora quando tentou os naturais o público se lhe tivesse igualmente rendido.
Com o que encerrou a corrida, um sobrero que exigia que o toureiro parasse os pés e mandasse na investida, Gallo voltou a exibir o seu toureio templado, numa faena de muleta, variada e de bom gosto, baseada na mão direita. (volta em ambos).
Os toiros pertenciam à ganadaria de Falé Filipe, que se estreava no Campo Pequeno, estavam bem apresentados mas foram desiguais quanto a condições de lide.
Os toiros do lote de Ferrera, bem como o segundo de Gallo demonstraram fraqueza dos membros anteriores, tendo o de Gallo sido substituído pelo sobrero, da mesma ganadaria.
António Ferrera teve o pior lote, não tendo conseguido lidar de muleta o seu primeiro pois o toiro caía constantemente na arena e o Director de Corrida, Nuno Nery, ordenou a sua recolha.
Com o seu segundo, que também acusava falta de forças nos membros anteriores, após um tércio de bandarilhas regular, Ferrera acabou por levar a cabo uma faena muito cuidada, para conseguir que o toiro não caísse na arena, desenhando algumas séries de derechazos em que ficou patente a sua vontade de agradar. (silêncio-ovação).
Abriu a corrida João Salgueiro que lidou um toiro tardo de investida, com o qual teve de se aplicar a fundo para cravar com valor, sobretudo os ferros curtos. (Volta).
No segundo da noite, João Salgueiro da Costa realizou uma agradável exibição, frente a um toiro que cedo começou a adiantar-se ao cavalo, dificuldade que o cavaleiro conseguiu vencer, ao optar por cravar a ferragem em sortes à tira, que provocaram fortes ovações (Volta). Os dois cavaleiros lidaram o quinto da noite que, tal como os restantes destinados à lide equestre, cedo começou a adiantar-se aos cavalos.
Destacou-se a garra de Salgueiro da Costa, em sortes de frente e à tira que recolheram as maiores ovações, ao passo que João Salgueiro esteve oportuno a cravar a ferragem nos ressaltos das sortes executadas por seu filho (volta para ambos).
Pegaram os forcados Francisco Mira, Gonçalo Gomes e João Vasco Lucas, que deram volta à arena com os cavaleiros.