A Direcção Geral de Veterinária (DGV) identificou quatro animais infectados (caprinos) com a doença da língua azul no Alentejo e vai proceder ao seu abate, disse terça-feira fonte do Ministério da Agricultura, salientando que «não é caso para alarme».
«A situação foi identificada perfeitamente a tempo de ser controlada e estes casos surgiram numa zona já identificada de risco e sob sequestro, ou seja, onde já não havia mobilidade de animais», disse à Lusa fonte da tutela.
Segundo a mesma fonte, realizaram-se análises em 10 explorações do Alentejo e apenas duas acusaram positivo – num total de quatro animais – , seguindo agora a «recolha de materiais para isolamento do vírus» e a realização de novos rastreios.
«Não há risco para a saúde pública. Não é caso para alarme», acrescentou a mesma fonte.
Os focos de língua azul, doença que se manifesta em caprinos bovinos e ovinos, foram identificados no inicio de Outubro na Andaluzia e posteriormente na Extremadura, em Espanha, zonas que foram entretanto interditadas, impedindo a mobilidade dos animais.
A DGV iniciou então um programa de vigilância aos animais que entraram em Portugal provenientes de Espanha, acrescentou a fonte.
A doença é transportada por um mosquito resistente aos insecticidas e não é transmissível ao homem.
Segundo o site da Confederação Nacional de Cooperativas Agrícolas (www.confagri.pt), o ministério espanhol da Agricultura decidiu investir 5,2 milhões de euros em medidas de apoio à luta contra a doença, «mas as autoridades terão que coordenar essas medidas com Marrocos», país de onde parece ter surgido a doença.
Em Marrocos, a febre catarral, vulgarmente designada por língua azul, foi detectada há três semanas, sendo que nunca antes se tinha verificado a ocorrência da doença naquele país.
A Espanha vai enviar vacinas e apoiará um plano de actuação directa, diz a CONFAGRI.
É uma doença de ocorrência sazonal – nos meses de Verão e Outono – e apresenta como sintomas, principalmente, a febre, inchaço da face, escorrimento nasal, lesões musculares, ausência de apetite, perda de peso e morte.
A língua pode apresentar-se inchada, para fora da boca, e raramente arroxeada.