Pablo Hermoso de Mendoza sai em ombros e Ribeiro Telles apanha susto…

O rojoneador espanhol Pablo Hermoso de Mendoza saiu triunfalmente em ombros pela porta grande, no final da corrida de quinta-feira à noite no Campo Pequeno, a de inauguração da temporada em Lisboa, enquanto o português António Ribeiro Telles apanhou um susto.

Pablo levou a cabo duas actuações históricas, premiadas cada uma com duas voltas à arena, que poderiam até ter sido três, como prémio pela lide do segundo toiro do seu lote, mas o artista recusou e escutou enorme ovação no centro da arena, enquanto recolhia e beijava um mão-cheia de areia da monumental lisboeta.

Tanto o rojoneador como os cavalos que exibiu(“Dali”, “Caviar”, “Manzana”, “Chenel” e “Ícaro”) levaram ao rubro os espectadores que quase esgotaram o Campo Pequeno, em duas lides plenas de bom gosto artístico, realizando um toureio de verdade servido por uma equitação do mais alto nível.

Pablo dominou os toiros sem os humilhar através de uma brega suave e variada, de cites frontais, de entradas de frente, potenciando todas as qualidades das reses da ganadaria Passanha que, sem serem propriamente bravos, se deixaram tourear sem dificuldades de maior.

Cada uma das actuações foi premiada com duas voltas à arena, situação que, de acordo com o regulamento da praça, permite a abertura da porta grande, pela qual o rojoneador espanhol saiu no final da corrida e no meio de grande entusiasmo.

Completaram o cartel os cavaleiros portugueses António Ribeiro Telles e Vitor Ribeiro, bem como os forcados Amadores de Lisboa e de Coruche, com toiros da ganadaria Passanha, dos quais se destacou o último pela sua dificuldade.

A lide que abriu a corrida, a cargo de António Ribeiro Telles ficou marcada pela violenta colhida do cavaleiro, felizmente sem consequências, ao tentar cravar o primeiro ferro comprido, após o que o toiro saltou a trincheira, provocando alguma confusão entre-barreiras.

Telles superou a adversidade com garra e brio e levou a cabo uma lide que terminou em grande plano, depois de uma série de curtos muito aplaudidos, repetindo os momentos de bom toureio no quarto da ordem (Volta em ambos).

A Vitor Ribeiro coube o lote menos propicio ao êxito, o que não impediu o cavaleiro de, no terceiro da noite, realizar uma lide com passagens de bom toureio, especialmente na preparação das sortes, pois na consumação estas nem sempre resultaram da melhor maneira por falta de colaboração do toiro.

Com o difícil sexto, que cedo ganhou querença nas tábuas, esteve diligente e pundonoroso, baseando a sua lide em sortes a sesgo, tendo o seu labor sido reconhecido pelo público que o ovacionou ao longo da lide (volta-palmas).

Realizaram pegas de bom nível os forcados Francisco Mira, João Galamba e António José Casaca, dos Amadores de Lisboa e Amorim Ribeiro Lopes, Ricardo Dias e António Macedo, pelos Amadores de Coruche, tendo todos dado volta à arena.