Critérios de selecção controversos
Os critérios de selecção de cavaleiros, para os Jogos Olímpicos de Londres, foi considerado controverso nalguns países.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, o número de reclamações de atletas excluídos aumentou consideravelmente.
Totilas, o melhor cavalo de dressage do mundo, não participará na segunda prova de selecção em Aachen, já que Matthias Rath teve uma recaída da febre glandular (mononucleose infecciosa) que contraiu recentemente e não participará nos Jogos Olímpicos.
Antes da recaída do filho, o pai de Matthias tinha-se oferecido para cuidar de Totilas para que permanecesse em forma enquanto o filho recuperava da infecção.
O jornal alemão “Stern” questionou a presunção da certeza de que o cavalo seria automaticamente selecionado para os Jogos Olímpicos sem passar pelas provas de selecção. Segundo a publicação, o animal foi “roubado” ao cavaleiro holandês Edward Gal em Outubro de 2010, mas não se adequou a Rath. Em poucas competições, o cavaleiro foi derrotado pelas ‘novatas’ Helen Langehanenberg e Kristina Sprehe.
Gal, que é campeão do mundo, integra a equipa holandesa com o relativamente novo KWPN Undercover, propriedade de Gaston Glock. Depois de duas décadas de luta pelo ouro, a Holanda sente-se ‘desfalcada’ nas vésperas dos Jogos de Londres.
A tricampeã olímpica Anky van Grunsven que foi superada por Gal e Adelinde Cornelissen em 2009, apenas anunciou o seu interesse em defender a medalha de ouro conquistada com Salinero em Pequim 2008, em Abril deste ano. Já Cornelissen teve que provar a boa forma de Parzival no passado fim-de-semana, num concurso nacional. O treinador da equipa, Sjeff Jansen, afirmou que a Holanda nunca esteve em “pior posição”.
Na Austrália, Hayley Beresford apelou ao Tribunal Arbitral de Desporto (CAS), sobre sua exclusão da equipa de dressage do seu país, apesar de ter ficado na terceira posição nas provas de selecção. A Federação Equestre Australiana, no entanto, já descartou qualquer reclamação dos cavaleiros não convocados, para o grupo de cinco pessoas que viajará até Londres.
Hayley, que durante os Jogos Equestres Mundiais em 2010, sofreu uma recaída do cancro da mama e foi sujeita a quimioterapia, foi substituída por Kirsty Oatley, do grupo B de candidatos.
A equipa australiana de concurso completo será composta por Andrew Hoy, Christopher Burton, Shane Rose, Clayton e Lucinda Fredericks, residentes na Grã Bretanha.
Na última segunda-feira, o CAS ouviu também apelos vindos da República Dominicana, que alega que o Brasil ganhou injustamente o lugar da América do Sul para os Jogos de Londres por organizar provas de selecção num prazo tão curto que os restantes países da região, não podiam preparar-se a tempo, além de ter utilizado juízes de inferior categoria nos CDI’s.
O próprio CAS está sob a mira do International Jumping Riders Club (IJRC) por tratar de forma branda os sauditas Khaled Al Eid, medalha de bronze em 2000, e Abdullah Sharbatly. As suspensões aplicadas a estes dois cavaleiros pela Federação Equestre Internacional (FEI) por violação das normas do controlo anti-doping dos seus cavalos foram reduzidas de oito para dois meses pelo CAS no mês passado, assegurando assim, que os atletas estariam aptos a participar nos Jogos Olímpicos.
Os membros do comité do IJRC que inclui Ben Maher, o actual campeão do Mundo Philippe Lejeune e os campeões olímpicos Rodrigo Pessoa e Ludger Beerbaum, questionam a rapidez com que o processo saudita foi resolvido e apenas por um juiz quando habitualmente é um painel de três juízes, a decidir.
Segundo um comunicado destes cavaleiros, “É importante que o CAS tome decisões rápidas mas que assegure um tratamento justo para maior credibilidade do nosso desporto e dos órgãos judiciais”.
Nos EUA, houve protestos perante a omissão de Sinead Halpin da equipa nacional, embora o facto não deva resultar em objeção. O grupo conta com Phillip Dutton, Boyd Martin, Karen O' Connor, Tiana Coudray e Will Coleman.