PEQUIM 2008: Linimento no centro de escândalo de dopagem de cavalos olímpicos

Poderá ter sido um produto do género do “Antiflama ou Tendonil”, usado na inflamação de músculos, a desgraça de cinco cavaleiros de saltos, cujas montadas acusaram positivo nos testes para substâncias proibidas nos Jogos Olímpicos?

Os cavalos acusaram positivo no controlo antidoping o uso da substância capsaicina, o ingrediente que dá o sabor picante à pimenta.

Na recente reunião do tribunal da FEI, foi confirmado que a capsaicina é um ingrediente contido em produtos regularmente usados. Foi identificada por Denis Lynch como sendo um ingrediente contido num produto conhecido como “Equi-Block”, usado por ele no seu cavalo, Lantinus. O Equi-Block é um produto aplicado em circunstâncias semelhantes à do “Antiflama ou Tendonil” usado em humanos – para alívio temporário de dores menores – e explicou Dennis Lynch ao tribunal, que ele aplica frequentemente Equi-Block na zona dos rins do cavalo antes de fazer exercício.

Numa conferência de imprensa, o presidente da FEI de saltos, Alexander Mclin disse: “É um sério golpe no desporto. Estamos perfeitamente cientes das implicações nos saltos e no desporto em geral.”

A Horse Sport Ireland confirmou que foi submetida uma amostra de urina do cavalo para um teste de controlo voluntário disponibilizado pela FEI à chegada dos cavalos a Hong Kong, sendo os resultados deste teste negativos. Lantinus também já foi testado em inúmeras ocasiões, incluindo no final das suas mais recentes vitórias, e o resultado foi negativo em todas elas.

Considerando as regras da FEI, capsaicina é uma substância de classe A proibida pelas suas qualidades analgésicas. Está classificada como agente de doping e proibida devido às suas propriedades hiper-sensitivas. Foi sempre uma substância proibida, mas só nos últimos dois anos, a tecnologia avançou de modo a poder detectá-la porque desaparece rapidamente do sistema do cavalo.

O folheto do produto Equi-Block, da EquiFlite Tecnologies diz que o produto “não irá acusar positivo”. Contém 0,025% de capsaicina, bem como àgua deonizada, extracto de camomila, carbomer 940, polysorbato 20, triethalonamina, propyl gallate, methylparaben, imidazolidinyl urea, e propylparaben.

Até hà pouco tempo não se conseguia detectar este analgésico com capsaicina, (alcalóide cristalino que dá o sabor picante às pimentas, à malagueta e ao gengibre). Mas o risco deixou de compensar o uso deste medicamento. “Um teste foi recentemente desenvolvido para detectar a capsaicina”.