O cavaleiro tauromáquico Paulo Caetano revelou hoje à agência Lusa que as herdades que possui no concelho alentejano de Monforte (Portalegre) vão ser transformadas num complexo turístico de luxo, num investimento superior a 100 milhões de euros.
“O projecto prevê a construção de dois empreendimentos, que irão ocupar uma área total de 250 hectares”, garantiu o toureiro e empresário.
As herdades das Esquilas, Godinhos e Morenos, com um total de 1500 hectares, são os espaços que vão acolher os dois empreendimentos turísticos, denominados de Eco Equestrian Resort e Eco Golfe Resort.
De acordo com Paulo Caetano, o projecto engloba ainda um centro equestre desportivo “ao mais alto nível mundial”, um campo de golfe com 18 buracos, um hotel com 50 quartos e um Country Club.
Nos dois empreendimentos, serão ainda criadas 500 moradias, de 200 metros quadrados cada, cujo direito de superfície será vendido e com opção de aquisição plena, com direito à utilização permanente das boxes e de todo o equipamento desportivo do centro equestre.
“Esperamos o licenciamento ainda em 2009 para podermos arrancar com a primeira fase, constituída pelo Equestrian Center, o hotel e 33 moradias, em finais de 2010”, declarou.
O toureiro e empresário prevê que “o projecto deverá estar completamente concluído em 2020”.
O projecto conta com o apoio financeiro de um grupo de empresas associadas, em que Paulo Caetano é o director executivo, em “joint-venture” com uma empresa alemã de trading de cavalos de desporto.
O projecto, com um investimento inicial de mais de 100 milhões de euros, criará mais de 100 postos de trabalho permanentes.
Para que o projecto seja concretizado, Paulo Caetano afirmou que tem “forçosamente” de contar com o apoio do poderes central e local.
“Este projecto tem forçosamente de contar com o envolvimento do órgãos administrativos oficiais a nível central e local”, defendeu.
De acordo com o toureiro, o investimento tem essencialmente como público alvo pessoas que estão ligadas ao desporto equestre, na área de Dressage e Show-Jumping, do centro e norte da Europa e que queiram estabelecer o seu programa de treino de Inverno na Península Ibérica.
“É evidente que o mercado interno terá também um peso importante”, sublinhou.
A tauromaquia, principalmente na vertente de treino e criação do tipo de cavalo nela utilizado (cavalo Lusitano), terá evidentemente “um lugar de referência”, garantiu.
No entanto, o empresário explicou ainda que toda a estrutura rural das propriedades, agrícola e pecuária será integralmente mantida.
“A nível pessoal, o mais importante é manter a genuinidade e carácter desta terra que tanto amo e projectar a vertente equestre, à qual estamos ligados, ao nível internacional mais alto”, sublinhou.
Para Paulo Caetano, a presença de cavaleiros de renome internacional naquele espaço vai tornar-se “numa enorme mais valia para os criadores, profissionais e amantes do cavalo em geral”.
Na opinião do toureiro, a crise económica que se vive “não inviabiliza, de forma alguma, o projecto”, uma vez que se trata de “mais uma fase” de ciclo das economias.
“A crise significa para mim, acima de tudo, período de reflexão, rigor na gestão, saneamento e ponto de partida de novas oportunidades”, concluiu.