Cavalo é vedeta na Golegã
“Temos orgulho em criar condições para que os nossos atletas possam ombrear com os melhores”, afirmou o Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, na cerimónia de assinatura do contrato de financiamento para construção do Centro de Alto Rendimento para Desportos Equestres na Golegã, que decorreu esta tarde, inserida no programa da Feira de S. Martinho.
O equipamento vai custar 3,2 milhões de euros e terá uma comparticipação de dois milhões do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder).
O governante não tem dúvidas que os desportos equestres merecem um Centro de Alto Rendimento: “O desporto equestre deu a Portugal a primeira medalha olímpica. Ao longo de todas olimpíadas tivemos 62 participantes, não falhando nenhuma desde 1988”.
Por outro lado, Laurentino Dias salientou que, além das excelentes condições para treinos e estágios, o Centro de Alto Rendimento vai fomentar a economia que, na Golegã e na região, se gera em torno do cavalo: “Estou para ver quantas equipas olímpicas de várias partes do mundo não vão querer estar em Portugal para preparar Londres 2012, dando-nos uma ajudinha com a sua experiência para os nossos atletas e treinadores, e com os seus meios financeiros para rentabilizar as nossas instalações. Mais uma vez, termos o desporto ao serviço da economia e do desenvolvimento”.
Veiga Maltez, presidente da Câmara Municipal da Golegã também está confiante que o Centro de Alto Rendimento irá atrair equipas sul americanas que agora “estão a treinar na Alemanha com quatro graus negativos ou estão a comer em França ao dobro do preço de cá. Será a porta de entrada para a Europa. Temos um clima que nos ajuda, situação geoestratégica privilegiada e outras características que nos diferenciam dos outros. É nisso que temos que apostar e naquilo que em muitas vezes até somos superiores aos outros”.
Helena Pinheiro de Azevedo, gestora do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POTVT), explicou que será mais um equipamento da rede de centros de alto rendimento já existentes em todo o país, uma prioridade estratégica do Governo que irá contribuir para a evolução dos padrões desportivos.
Aliás, realçou esta vertente tem tido uma grande dinâmica: “Estamos em vias de aprovar todos os projectos apresentados, esgotando a verba prevista de 80 milhões de euros. A área do desporto tem uma taxa de execução financeira de 50 por cento, uma das mais elevadas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)”.
A concluir, a gestora do POTVT desejou que o Centro de Alto Rendimento seja utilizado intensamente e que sirva para tornar a Golegã mais atractiva, competitiva, com mais pontos de interesse e que isso contribua para o seu desenvolvimento.
A cerimónia, que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, contou também com a presença do ministro da Agricultura, da Governadora Civil de Santarém, do secretário-geral da Federação Portuguesa Equestre, presidentes de federações de várias modalidades desportivas, representantes de Waregen, Bélgica e de Pardubice, Rep. Checa (membros da rede Euroequs, da qual a Golegã também faz parte juntamente com Jerez de la Frontera) e a ex-atleta campeã olímpica Rosa Mota.
Neste sábado, penúltimo dia da Feira de S. Martinho, o Largo do Arneiro esteve ao rubro, sobretudo à tarde e à noite, dada a tamanha afluência de pessoas que superou os dias anteriores.
A crise parece não ter chegado à Golegã e aos amantes da arte equestre, uma vez que os cavalos inscritos (cerca de 1500) e atrelagens (200) já ultrapassaram os números da edição de 2009. Por outro lado, também é crescente o número de visitantes estrangeiros, significando o reconhecimento internacional da Feira e do cavalo lusitano.
No que diz respeito a modalidades desportivas, decorreu durante a manhã, no Picadeiro Central, a 2ª mão do derby de atrelagem. A classificação final ficou assim ordenada:
Adaptada: 1º Nelson Rosado, 2º Luís França, 3º João Alves, 4º Rita Alves, 5º Jorge Faustino.
1 pónei
1º Henrique Rodrigues.
2 póneis
1º António Reis, 2º João Frias, 3º Miguel Faria, Rodrigo Silva e Ana Figueiredo (eliminados).
1 cavalo
1º Carlos Ferreira, 2º Vasco Lima, 3º Hugo Gomes, 4º Gilberto Rodrigues, 5º Joaquim Correia, 6º Marco Rodrigues, 7º Pedro Gomes, 8º André Marques (abandonou).
Parelhas
1º Rui Santos, 2º Eduardo Ribeiro, 3º Ricardo Batista, 4º Vítor Frias, Rui Soares, 5º Inácio Sousa, 6º Inácio Pereira, Rui Pedro Soares (eliminado).
A Quinta de S. António recebeu a prova de maneabilidade da Taça de Portugal de Equitação de Trabalho, na qual participaram 28 cavaleiros, e a Quinta da Labruja foi o palco do cross por equipas, uma prova sempre espectacular, que já não se realizava na Golegã desde 1998.