Activistas semi-nus protestam contra os touros

Duas dezenas de activistas anti-touradas seminus e “atravessados” por bandarilhas concentraram-se hoje em frente do Parlamento Europeu para exigir que a União Europeia proíba as touradas e deixe de ajudar a indústria em Espanha, França e Portugal.

Os manifestantes, membros das associações de defesa dos direitos dos animais PETA e AnimaNaturalis, deitaram-se no chão cobertos de sangue artificial, em frente de uma das entradas da sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Com cartazes a apelar “Põe-te na pele do touro. Abolição da tauromaquia”, os activistas quiseram chamar a atenção dos eurodeputados, funcionários comunitários e visitantes que circulavam nas imediações do edifício.

O protesto pretendia “simbolizar com corpos humanos o mesmo sofrimento que os touros passam durante as corridas”, explicou uma das activistas, Aida Gascón, que também coordena as campanhas de AnimaNaturalis em Espanha e na América Latina.

Gascón criticou a Espanha e a União Europeia por subsidiarem o sector taurino “apesar de 72 por cento dos espanhóis não mostrar nenhum interesse pelas corridas”, disse, citando uma sondagem da Gallup.

Por isso, pediu às autoridades espanholas e europeias que “deixem de financiar a tortura de animais com dinheiro de todos os cidadãos”.

O eurodeputado espanhol Raúl Romeva disse que este tipo de actos “são úteis para chamar a atenção e alertar as consciências para a tortura encoberta que é a “Festa Nacional”, depois de presenciar o protesto.

Romeva, que promoveu várias iniciativas antitaurinas no Parlamento Europeu, afirmou que “as corridas de touros só se mantêm graças ao financiamento público do Estado espanhol e da UE”.

O eurodeputado do grupo dos Verdes precisou que o Parlamento Europeu destina menos de 20 milhões de euros anuais em subsídios para o sector taurino.