Apesar de concorrentes, um grupo de médicos veterinários de equinos na Grã-Bretanha considerou a decisão da Ordem dos Médicos Veterinários (Gbr) como excessiva e desumana ao expulsar o colega Dr. Alan Walker, que foi considerado culpado num processo que envolveu a certificação de um passaporte de vacinas com a data atrasada de 12 dias.
Os colegas reuniram-se para elaborar uma petição com um “abaixo-assinado” dirigido ao presidente da Ordem para que o processo fosse reaberto, aplicando ao arguido uma sanção mais leve, em vez da penalização máxima (expulsão da Ordem dos Médicos Veterinários da Grã Bretanha).
A certificação de documentos oficiais, como é o caso do registo da vacinação num passaporte, é um acto exclusivo do médico veterinário que reflecte a sua idoneidade e ética profissional. Existem regras estabelecidas pelas instituições organizadoras (ex: Federação e Jockey Club), as quais confiam no profissionalismo e honestidade dos médicos veterinários para garantir, no caso da vacinação, que todos os animais regidos pelas instituições em questão estejam protegidos contra as doenças em causa.
Se bem que um dia ou dois antes, ou depois, do limite estabelecido pela instituição, possivelmente não afectará o estado imunitário do animal, um mês ou dois talvez tenham já mais efeito – entra-se assim numa área cinzenta (em que não é preto nem é branco) ao sair dos limites estabelecidos. Por esta razão, cabe aos médicos veterinários respeitarem as regras estabelecidas pelas instituições organizadoras, não querendo eles próprios ser juízes em relação ao facto de estes limites serem correctos ou não; e principalmente que os médicos veterinários não cedam à pressão exercida por alguns clientes que solicitem, na maioria dos casos por razões económicas, que as datas registradas no passaporte não coincidam com a data em que a vacina foi efectivamente administrada.
A existência de datas limite estabelecidas para a administração das vacinas, é o resultado de múltiplos estudos científicos, que visam determinar qual o programa de vacinação mais eficiente em fornecer o máximo de imunidade aos animais, conferindo desse modo a melhor protecção contra as respectivas doenças. Esta investigação é contínua, pelo que, a todo o tempo se procura melhorar a eficácia das vacinas e também descobrir novas vacinas. Por esta razão é plausível que os programas de vacinação sejam alterados de vez em quando de acordo com os resultados das investigações científicas. Cabe aos médicos veterinários clínicos manterem-se actualizados em relação às melhores vacinas e informar/educar os seus clientes sobre o método mais eficiente de proteger os seus animais.
Mas acima de tudo espera-se que um médico veterinário respeite as normas pelas quais se rege a sua profissão.