O alemão Philippe Karl da École Légèreté, publicou recentemente uma petição no seu site, explicando que em 27 de Março enviou uma carta à Federação Equestre Alemã (FN) sugerindo a inclusão de regras radicais que protejam o cavalo e que promovam a verdade desportiva.
Como até ao momento Philippe Karl não recebeu uma reacção da Federação do seu país, decidiu publicar a sua proposta através dos meios de comunicação nacional e internacional.
Philippe Karl pede a todos os participantes do mundo equestre (professores, treinadores, proprietários, cavaleiros veterinários etc.), que se preocupam com o bem-estar do cavalo, que consultem a sua proposta e assinem a petição online.
Para conhecimento dos nossos utilizadores, fizemos uma tradução livre da carta de Philippe Karl dirigida à Federação Equestre Alemã:
“27.03.09
Devido ao aumento da profissionalização dos desportos equestres e a crescente pressão dos condicionalismos económicos, a interpretação oficial de uma boa equitação mudou drasticamente nos últimos 30 anos.
A Dressage, que forma a base para a educação dos equitadores, deve dar ao mesmo tempo um bom exemplo de ensino clássico do cavalo. Em vez disso, degenerou para uma exploração superficial e coerciva do cavalo. Um grande número de cavalos paga o preço por isto debaixo do nariz de autoridades completamente indiferentes.
Em todos os níveis, das federações nacionais à FEI, seja por ignorância ou complacência, os juízes têm vindo a permitir, pouco a pouco, que o inaceitável se torne a regra. Esta trágica mudança de direcção ocorreu por todo o mundo. Em termos éticos e estéticos, leva a uma séria regressão cultural. O grupo daqueles que rejeitam tal maneira de montar continua a crescer de forma estável.
A Federação Equestre Alemã (FN) tem uma posição dominante no mundo da dressage. Como tal deveria tomar a dianteira num movimento de reforma o que só a honraria.
Seria ingénuo pensar que uma manipulação inteligente da “escala de treino”, algumas frases simpáticas sobre “harmonia”, “ginástica para o cavalo” ou “equitação clássica” iriam trazer uma verdadeira mudança de rumo. O que precisamos é de regras sensatas e radicais que facilmente poderiam ser implementadas e que protegeriam o cavalo, e ao mesmo tempo, pôr termo aos jogos dos infractores e promover um treino e competição saudáveis.
Neste espírito sugiro que a FN considere incluir os seguintes pontos nas regras:
1 – São proibidas rédeas auxiliares ligadas directamente ao bridão, seja a passar à guia ou montado. A guia deverá estar sempre ligada a um cabeção.
2 – São proibidas focinheiras muito apertadas, tanto no treino diário como na competição. (Adicionalmente será permitido apresentar um cavalo sem focinheira.)
3 – A boca do cavalo deverá ser inspeccionada imediatamente antes de cada prova. Qualquer ferimento ou lesão levará à sua desqualificação.
4- Qualquer cavalo que apresente ferimentos de esporas será desqualificado.
5 – Cavalos encapotados (com o chanfro atrás da vertical) em qualquer exercício deverão ser punidos com uma nota de até 3.
6 – Maxilares presos, línguas puxadas ou penduradas ou o ranger de dentes em qualquer exercício deverão ser punidos com uma nota de até 4.
7 – Comprimento do pescoço (posição comprida em que a crina está praticamente horizontal, o chanfro na vertical) torna-se parte de todas as provas de dressage, em todos os andamentos e em ambas as rédeas.
8 – O passo é reposto como uma parte importante de cada prova de dressage, representando até 30% do total das marcas possíveis, pelo menos nas provas de nível E, A, L e M. A lateralização do passo (o cavalo fica perto de um passo arrastado) leva à desqualificação.
9- Em provas de cavalos novos, bem como em leilões, os cavalos novos deverão ser apresentados com o pescoço estendido em todos os andamentos, com o cavaleiro a fazer trote levantado.”