Festival do PSL mostra raça nacional mais vendida
Cerca de 400 cavalos competem a partir de hoje no Festival Internacional do Puro-Sangue Lusitano, em Cascais, o maior evento mundial da raça que mais verbas faz entrar em Portugal.
«Estimamos que seja o produto zootécnico que mais divisas traz a Portugal, até porque 80 por cento da produção de cavalos lusitanos é exportada», disse à agência Lusa João Ralão Duarte, secretário-geral da Associação Portuguesa dos Criadores do Puro-Sangue Lusitano (APSL), promotora do festival.
O dirigente explicou que «há alguns anos atrás havia muito comércio interno, mas hoje são sobretudo os estrangeiros que procuram o cavalo lusitano», motivo pelo qual são esperados na 17ª edição do festival potenciais compradores vindos de todo o Mundo.
O Festival Internacional do Puro-Sangue Lusitano funciona como a «principal montra» para as cerca de 100 coudelarias nacionais presentes, sendo, consequentemente, um «importante centro de negócios».
Segundo João Ralão Duarte, a raça «está bem e recomenda-se», com um efectivo «notável» de cerca de 2.000 éguas reprodutoras.
A APSL é gestora de um livro genealógico e coordena um conjunto de especialistas com o objectivo de julgar a «rara qualidade de carácter, antiguidade genética e funcionalidade» dos exemplares da raça.
Ralão Duarte explicou que para constarem do livro genealógico, «os animais são sujeitos a testes de paternidade, de ADN, que comprovem que são filhos de dois animais reprodutores».
Existem outros registos no livro, como a análise morfológica a que são sujeitos quando atingem a idade de serem montados e a distinção de «reprodutor de mérito», quando o cavalo atingiu a notoriedade de se ter destacado no toureio ou integrado uma escola equestre.
A máxima distinção que um proprietário de um puro-sangue lusitano pode aspirar para o seu exemplar é a de «reprodutor de mérito»: «aquele que dá origem a filhos de melhor qualidade e está, por isso, no topo da pirâmide».
De acordo com o dirigente da APSL, a principal característica do puro-sangue lusitano é, «além da beleza, a grande versatilidade» que faz com que seja bom em todas as modalidades.
Ralão Duarte explica que esta qualidade se prende com a «selecção histórica a que foi sujeito», primeiro como cavalo de guerra, depois usado nos jogos de corte e mais tarde no toureio.
O puro-sangue lusitano tem ainda uma «natural aptidão para a equitação de trabalho, para o ensino e atrelagem de competição».
As competições no Hipódromo Municipal Manuel Possolo, em Cascais, começaram hoje com as provas de equitação de trabalho, modalidade em que Portugal é detentor do título mundial, equitação portuguesa, ensino e maneabilidade.
As provas prosseguem quinta-feira com a prova de velocidade e sexta-feira decorrerá o concurso de modelo e andamentos.
Estarão em jogo os Troféus Atlantis Crystal, Troféu Vista Alegre e Troféu APSL que se destinam a premiar, em 2005, o vencedor de cada classe, a égua e o cavalo vice-campeões, e a égua e cavalo campeões.
Será também disputado o Prémio Estribo de Prata/Troféu Serviço Nacional Coudélico, para o melhor criador do campeonato.
O melhor cavalo lusitano de toureio receberá o Troféu Gaston Santos.