Trate de mandar ferrar o seu cavalo com regularidade. Em média, precisará de um ferrador cada quatro a seis semanas.
Mesmo que as ferraduras não estejam gastas, o casco cresceu e precisa de ser aparado. Ter o cavalo devidamente ferrado é dispendioso, mas não o deixe com ferraduras gastas apenas para poupar dinheiro. As ferraduras mal ajustadas são dolorosas para o animal e podem causar danos permanentes. A ferragem pode ser a quente ou a frio. Na ferração a quente, as ferraduras são aquecidas para que o ferrador as ajuste aos cascos. A frio, só são possíveis pequenas alterações na sua forma. Não tente ferrar o seu cavalo, ou substituir-lhe um cravo. Trata-se de uma arte e é melhor confiar esse trabalho a um ferrador.
Procedimento a Quente
• Depois de removida a ferradura velha, o ferrador começa por raspar todos os fragmentos de casco que estejam soltos, o que permite avaliar o comprimento da parede do casco em relação à palma.
• A parede do casco é cortada ao devido tamanho. A finalidade é devolver-lhe as dimensões que tinha quando o animal foi ferrado pela última vez. Em geral é preciso retirar mais casco em volta da pinça do que em volta do talão, porque essa área cresce mais depressa.
• A superfície irregular provocada pelos cortes é alisada com a grosa. O ferrador não necessita de limar grandes quantidades da parede do casco. A um casco demasiado desbastado chama-se «baixo de talões».
• A ferradura é aquecida ao rubro e é-lhe dada a forma na bigorna. Durante esse processo, terá de voltar à forja para ser novamente aquecida. Martelar o ferro pouco quente enfraquece o metal
• Quando a ferradura está pronta, o ferrador coloca-a suavemente em posição contra o casco. Não se trata de abrir um encaixe para a ferradura, mas sim de descolorir áreas mais salientes que impedissem o devido assentamento da ferradura. Essas áreas são raspadas.
• Quando o ferrador estiver satisfeito, a ferradura é arrefecida em água e cravada. Não há um número definido de cravos a utilizar, mas apenas o mínimo necessário para fixar a ferradura. Tradicionalmente são quatro no interior e três no exterior.
• As pontas dos cravos são torcidas e dobradas com a ajuda das tenazes. O ferrador costuma pousar o membro do animal num tripé especial, o que torna mais fácil dobrar os cravos, uma vez que fica com as duas mãos livres.
• O casco leva o desbaste final. As pontas aguçadas dos cravos são limadas e a parede do casco é ligeiramente desbastada na união com a ferradura, para reduzir o risco do casco vir a estalar e não para alinhar com o ferro. Todas as saliências são aparadas com cuidado.
Um trabalho bem feito
Uma ferradura bem colocada produz um casco simétrico, com as paredes interior e exterior do mesmo comprimento. O rebordo da ferradura deve estar alinhado com o casco. As extremidades da ferradura devem ser suficientemente compridas para protegerem o fundo do casco. Uma ferradura pode ser ligeiramente mais larga do que o casco, porque este acabará por a cobrir, mas nunca poderá ser mais pequena. Peça a alguém que lhe recomende um bom ferrador.
Um trabalho bem feito leva tempo e um bom ferrador não será, provavelmente, nem o mais rápido, nem o mais barato…