Cavalos Przewalski regressam às estepes russas
Seis cavalos Przewalski, espécie listada no Livro Vermelho dos animais ameaçados de extinção, foram enviados para a Rússia em Outubro passado, através de um programa de reintrodução de espécies selvagens ao seu habitat natural. Cientistas querem restaurar a população desta espécie, pois acreditam que os cavalos Przewalski podem contribuir para a recuperação dos ecossistemas das estepes.
De acordo com os zoólogos o cavalo Przewalski é a última espécie remanescente no mundo. Existem apenas 2.000 cavalos desta espécie no mundo. Os seis cavalos que chegaram à Rússia foram transportados de avião de França para Orenburgo.
No século passado ainda era possível encontrar cavalos selvagens nas estepes asiáticas, na Rússia, China, Mongólia e Cazaquistão. No entanto, foram expulsos de seu habitat pelo homem e pelo desenvolvimento da pecuária.
Actualmente, estes belos animais das estepes podem ser vistos nos parqes zoológicos e em cativeiro.
Quando o número de animais criados em cativeiro atingiu uma massa crítica, surgiu a questão sobre a possibilidade do regresso da espécie às condições naturais.
Os seis cavalos foram doados à cidade de Orenburgo pela Associação Francesa para a Conservação do Cavalo Przewalski (Association pour le Cheval de Przewalski). Através do trabalho dessa associação, algumas gerações de cavalos já estão sendo mantidas em condições naturais, numa estação biológica francesa.
O programa de reintrodução está sendo implementado pelo Instituto de Problemas Ecológicos e de Evolução Sévertsov, da Academia Russa de Ciências, e pela reserva de Orenburgo.
“Esses animais contribuem para a recuperação dos ecossistemas das estepes”, explicou Olga Pereládova, diretora do programa da Ásia Central do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês). “Se os cavalos não pastam na estepe, ela degrada-se, e se não for pisoteada é quebrado o equilíbrio da vegetação”.
De acordo com os cientistas, além da adaptação dos cavalos às novas condições da estepe Pré-Ural também é importante que eles não se misturem com espécies domésticas de cavalos, pois neste caso a herança genética exclusiva seria perdida.
Para afastar esse risco, os animais foram inicialmente colocados num território cercado da reserva, até que seja constituída uma população estável, capaz de existir na presença da selecção natural. Para isso serão necessários mil equinos, metade dos quais deve estar em idade reprodutiva.