Cavalo Lusitano encanta multidão na Golegã
A vila da Golegã registou mais uma enchente neste dia de domingo, em que se fez sentir o Verão de S. Martinho. O bom tempo, quase primaveril, foi um dos factores que atraiu milhares de pessoas ao largo do Arneiro para apreciarem os mais belos exemplares da raça lusitana. E, mais uma vez, cavaleiros, amazonas e atrelagens encheram por completo a manga em redor do picadeiro central.
Quanto a provas equestres, teve lugar a prova de maneabilidade do concurso completo de atrelagem na Quinta de S. António. Na categoria 1 pónei, António Garcia Valente foi primeiro, seguido por Miguel Faria. Em iniciados, Carlos Maia Ferreira venceu, à frente de António Maria Simões, Carlos Rosa, Fernando Calado, Maria de Fátima Sousa, Nuno Baptista, José Marreiros Jacinto e Vítor Galhetas. Luís Garcia foi eliminado. Em 1 cavalo, Vasco Lima foi 1º, seguido por Inácio Sousa e Vítor Vergamota. Jorge Baixo abandonou.
Nas parelhas, José Folque foi o vencedor, Ricardo Baptista ficou em segundo e Júlio Carvalho em terceiro. Na categoria 4 cavalos, Werner Ulrich venceu, seguido por Christopher Beck, Carlos Apolinário, Manuel Campilho e Ana Cristina Guerreiro.
A classificação geral ficou assim ordenada: 1 pónei – 1º António Garcia Valente e 2º Miguel Faria. Iniciados – 1º Carlos Rosa, 2º António Maria Simões, 3º Vítor Galhetas, 4º Fernando Calado, 5º José Marreiros Jacinto e 6º Maria de Fátima Sousa. 1 cavalo – 1º Vasco Lima, 2º Vítor Vergamota e 3º Inácio Sousa. Parelhas – 1º José Folque, 2º Júlio Carvalho e 3º Ricardo Baptista. 4 Cavalos – 1º Carlos Apolinário, 2º Ana Cristina Guerreiro e 3º Christopher Beck.
Na noite de domingo, o picadeiro central foi o palco da Reprise da Escola de Mafra, convidada pela Fundação Alter Real e Câmara Municipal da Golegã.
Montando cavalos portugueses, os instrutores militares, envergando os seus uniformes de gala, executaram uma série de figuras de ensino, exemplo harmonioso do trabalho em conjunto num verdadeiro ballet equestre. A Reprise da Escola de Mafra representa assim, acima de tudo, a expressão global de uma doutrina posta em prática por aqueles que têm o honroso dever de a ensinar e difundir. Cabe a estes homens preservar e aperfeiçoar a Escola Equestre Militar, como património cultural de âmbito nacional e ainda contribuir, dentro das suas capacidades, para o desenvolvimento da actividade equestre no nosso país.
VÉSPERA DE S. MARTINHO – DIA DO CADDRE NOIR DE SAUMUR
A Feira prossegue amanhã, segunda-feira, véspera de S. Martinho.
O Largo do Arneiro recebe o XLIX Concurso Nacional Oficial de Apresentação do Cavalo de Sela FNC e X Concurso Nacional Oficial de Apresentação do Cavalo de Sela da Feira Internacional do Cavalo Lusitano.
Os poldros de 3 anos, apresentados à mão, entram no picadeiro central a partir das 10 horas e os cavalos de 4 anos, montados, entram a partir das 15h30.
Já na Quinta de S. António, às 14 horas, terá início a prova de ensino da Taça de Portugal de Equitação de Trabalho.
Ao final da tarde, pelas 17 horas, no Equuspolis, irá abordar-se que estátua equestre será erigida ao mestre Nuno Oliveira. A recepção está marcada para as 17 horas e abertura estará a cargo de José Veiga Maltez, presidente da Câmara Municipal da Golegã. Seguem-se as intervenções do director da Escola Portuguesa de Arte Equestre, João Filipe Graciosa, Francisco Sá Lopes, Idès Marchal – Fundador da Academia Belga de Equitação e da Associação Belga dos Criadores do Cavalo Lusitano, Lady Sylvia Loch – fundadora do Lusitano Breed Society of Great Britain and the Classical Riding Club, Dany Lahaye e Jean Louis Sauvat – Professor da Escola Nacional de Belas Artes de Paris.
À noite, pelas 21 horas, a Escola Portuguesa de Arte Equestre vai apresentar um excelente espectáculo no picadeiro central. A Escola Portuguesa de Arte Equestre é a reconstituição da Real Picaria, Academia Equestre da Corte Portuguesa do séc. XVIII, cujo local de trabalho era o Real Picadeiro de Belém, hoje Museu dos Coches. Encerrada no séc. XIX, os seus ensinamentos e tradição nunca deixaram de influenciar a maneira de montar em Portugal, devido à prática ininterrupta do toureio equestre em Portugal. Foi, assim conservado até hoje o mesmo tipo de cavalo utilizado no séc. XVIII, bem como a mesma equitação, as mesmas selas e os mesmos trajes. A E.P.A.E. monta exclusivamente os cavalos da Coudelaria de Alter, antiga Coudelaria da Casa Real Portuguesa, fundada em 1748 com o objectivo de fornecer a Casa Real e a sua Academia Equestre.
Tudo isto constitui um património equestre único no Mundo. A E.P.A.E. destina-se a conservar e a dar a conhecer este património e também a prática, a divulgação e o ensino da arte equestre de tão antigas e brilhantes tradições em Portugal.
Ainda na noite de segunda-feira, o Mestre Jean-Louis Guntz, Equitador do Cadre Noir de Saumur receberá o Diploma de Cavaleiro Honorário da Escola Portuguesa de Arte Equestre das mãos do respectivo director, Dr. Filipe Graciosa.
Jean-Louis Guntz é o presidente de honra dos Concursos Nacionais Oficiais de Apresentação do Cavalo de Sela da Feira Nacional do Cavalo e da Feira Internacional do Cavalo Lusitano 2008.
Do vasto curriculum de Jean-Louis Guntz, que enverga o uniforme negro de Saumur, desde 1965, realça-se ter sido vencedor de cross-country, na maioria dos hipódromos franceses, pré-seleccionado no Concurso Completo para os Jogos Olímpicos de Montreal, Campeão militar (individual) e Medalha de Prata (por equipa) no Concurso Hípico de Teerão. Foi ainda seleccionado na vertente Dressage, para os Jogos Olímpicos de Atlanta.