Foi montada uma enorme e iluminada pista defronte da fachada do Palácio Nacional de Mafra que vai servir de cenário para a realização dos Jogos Equestres, espectáculo que se irá realizar nos primeiros quatro sábados de Julho. Além dos cavalos, provenientes da Escola Portuguesa de Arte Equestre e das aves oriundas da Falcoaria de Alter, a música marca natural e importante presença com a participação da orquestra barroca portuguesa Il Divino Sospiro dirigida pelo maestro britânico Robert King, fundador do conceituado agrupamento de música antiga Kings Singers.
Quer mostrar-se ao mundo as melhores tradições equestres de Portugal, desde a origem barroca dessa arte na coudelaria real, durante os reinados de D. João V e D. José até à actualidade, combinando ensino, toureio a cavalo, equitação de trabalho, falcoaria e jogos e mostrando como o formalismo dessa arte na época barroca deu lugar a uma rica variedade de propostas na actualidade.
O lado barroco do espectáculo baseia-se no tratado setecentista de Manuel Carlos de Andrade, fonte escrita principal para o desejo de recriar com o maior rigor científico a fantasia das tradições portuguesas da equitação, da arte efémera e do traje dessa época, para o qual foi solicitada a colaboração de diversos especialistas, entre académicos, artistas e artesãos, para a concepção cénica, de figurinos e de representação associadas ao espectáculo.
Acompanhando todo o desenrolar do espectáculo, os Divino Sospiro tocarão peças escolhidas dos nossos arquivos musicais, reunindo uma perfeita harmonia com o espectáculo equestre, aliás, numa correspondência historicamente fidedigna com o que se passava nesse tempo, quando arte equestre e música, combinadas, eram afirmação do poder real.