Andreas Dibowski lança duras criticas a Fontainebleau
Saiba o que o olímpico medalha de ouro (2008) Andreas Dibowski (Ale), tem a dizer sobre o Campeonato da Europa de Concurso Completo 2009, que decorreu em Fontainebleau, França.
Na sua página Web, Dibowski protestou veementemente o percurso do cross do Campeonato e no qual o cavaleiro acabou eliminado com ´Euroridings Buttls Leon´. Treze conjuntos foram eliminados, 6 abandonaram a prova e o francês Geoffroy Soulley com ´Madiran du Liot´, sofreu uma queda tão violenta no obstáculo no.23, que foi parar ao hospital com fracturas da 3ª e 4ª vértebras cervicais…
Vale a pena recordar que o nosso representante Duarte Seabra com Brave Heart, terminaram o Campeonato da Europa em 28º lugar, acumulando um total de 114,0 pontos (Dressage 50,6 + Cross 44.4 + S.O. 19= 114 pts). Os quatro toques e uma recusa nos saltos em pista, (19 pts), impediram o conjunto de obter um melhor resultado final.
AS CRITICAS DE ANDREAS DIBOWSKI
“Os campeonatos são sempre uma história especial. É quase como fixar uma posição: Onde estou eu comparando com os outros? Onde estamos nós – como Nação – em relação aos outros? Grande parte das vezes estamos a trabalhar nisto durante a temporada toda. Há o planeamento, organização e análise, e por último mas não menos importante, todos demos muito para participar no Campeonato da Europa em Fontainebleau.
É realmente uma pena e muito perturbador para aqueles que foram directamente afectados pelo “fiasco”. É desanimador para aqueles que apoiam o nosso desporto: os proprietários, os sócios dos cavaleiros, os patrocinadores. Uma pena também para aqueles que investiram tempo e dinheiro e viajaram até Fontainebleau para apoiar os seus cavaleiros ou para simplesmente assistirem ao Campeonato. E acima de tudo, é uma tristeza quando se tem a sensação que não temos o controlo das acções para influenciar o sucesso ou o insucesso.
A minha eliminação do Campeonato Europeu não é razão para enfiar a cabeça na areia. Para mim é como se fosse um incentivo para lutar por melhores condições nos Campeonatos ou outras grandes competições de CCE. Condições que irão permitir aos melhores vencerem, que irão permitir que os cavalos utilizem o seu melhor potencial. Não foi assim no Europeu deste ano em Fontainebleau. É a minha opinião pessoal e não é de modo algum afectada pela minha eliminação.
A condições básicas mais importantes num concurso deste nível, são as condições do terreno, e uma vez mais, a construção do percurso do cross.
E gostaria de repetir a minha crítica, uma vez mais este ano fomos confrontados com um percurso de cross que frustrou e desmoralizou os cavalos, o que é deplorável.
Não foram os obstáculos isolados, nem a concepção de um simples composto, mas a acumulação de questões que durante um percurso causaram problemas consideráveis para os cavalos, que nem sempre se pode atribuir a uma má equitação, quando o cavalo se nega ou mesmo quando cai.
Um cavalo não é uma máquina, o qual reage ao pressionar de um botão. Um cavalo é impressionável, que experimenta e processa a informação, precisa de tempo para tudo isto. Tempo, que normalmente é bastante curto durante uma prova de cross. Tempo que pode ser gerido com algum bom senso, no desenho do percurso, construção e a sequência de desafios durante o mesmo. O bom senso, que alguns chefes de pista parecem ter perdido…
No Campeonato da Europa deste ano, depois do sexto obstáculo, não houve mais obstáculos de recuperação nem de motivação. Não existiram hipóteses dos cavalos poderem assimilar a sua experiência.
Os percursos de cross devem ser mais ‘amigos’ dos cavalos e mais apropriados para os mesmos. As condições do terreno têm que ser melhoradas, e as reacções dos cavaleiros têm que atrair mais interesse.
Por isso, nós estamos perante um grande desafio. Temos que atrair a atenção, porque como cavaleiros, somos responsáveis pelos nossos cavalos. Os chefes de pista, seu pessoal e o júri são responsáveis pelo nosso desporto.
Esperemos que estejam cientes disto !”