O chileno Alejandro Jodorowsky, um dos mais conceituados cineastas da América Latina, seleccionou quatro cavalos Lusitanos para a sua nova produção “A Dança da Realidade”, baseada na autobiografia do mesmo nome, lançada em 2009.
Os Lusitanos escolhidos foram Dom Munheca Smar, Notório do Top, Fortunato do Xapuri; nascidos no Brasil; e Amuleto das Castanholas, do Haras Castanholas, responsável pelo desenvolvimento do PSL em terras andinas, e que conta, também, com uma sede no Paraguai, liderada pela criadora Regine Reda.
“Alejandro procurava cavalos ruços e entrou em contacto comigo. Os seus olhos brilharam quando viu os cavalos Lusitanos, os seus andamentos, carácter e porte magnífico”, recorda Andrés Cox, responsável pela coudelaria, em actividade há nove anos e que será um dos cenários da película.
Entre as lembranças, nem todas agradáveis, “A Dança da Realidade” revive o momento em que o pai de Alejandro, Jaime Jodorowsky, desiste de matar o então presidente do Chile, Carlos Ibáñez del Campo, governante do país entre 1927 e 1931, após vê-lo montado no cavalo ruço Pecarai, um presente dado por Juan Domingo Perón, governante argentino.
“Jaime ficou encantado com os exercícios de alta escola que o presidente Carlos fazia com o cavalo, piaffe, passage, capriola e o passo espanhol. Ele, inclusive, estabelece uma relação amistosa com Aquiles, o tratador do cavalo, que será representado por mim”, diz Cox.
Os proprietários e colaboradores do Haras Castanholas estão muito animados em participar num filme tão importante. A filmagem é significativa não apenas para os chilenos, mas também para os admiradores do Puro-Sangue Lusitano. Segundo Andrés Cox, “durante uma semana de filmagens, o Haras Castanholas receberá mais de 70 profissionais do cinema.
“É um momento especial. Sinto orgulho nos meus cavalos e por colaborar com uma pessoa conhecida mundialmente como Alejandro Jodorowsky. Eu sou apenas um representante dos cavalos, um servidor. Foram os Lusitanos que conquistaram Alejandro. Eles merecem o protagonismo”, afirma.