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Quanto mais tradição menos evolução! Entrevista a Francisco Cancella de Abreu

O blog da Pitamarissa, do Eng.º Rodrigo Coelho de Almeida, vem mais uma vez ao encontro do esclarecimento público relativamente ao cavalo Lusitano, desta feita com mais uma entrevista ao treinador e “opinion maker” Francisco Cancella de Abreu.

Nesta entrevista Francisco Cancela de Abreu esclarece que “os criadores terão que optar se querem que este cavalo sobreviva com rentabilidade, ou se pretendem eternizar o lema do entendimento da criação, como a arte de empobrecer alegremente.

Acerca da falada liberalização condicionada, no acesso ao estatuto de reprodutor Lusitano da APSL, preconizada por alguns, Francisco Cancella é peremptório: “Creio que a liberalização faz todo o sentido, porque primeiro livra-nos do desprestígio das farsas de 5 minutos, em que um sisudo grupo de juízes decide o mesmo que juízes de outras raças, que demoram até 100 dias a apreciar e decidir. Esta é uma situação já parodiada internacionalmente!”

Questionado sobre a pertinência de mais uma entrevista a Francisco Cancella de Abreu, Rodrigo Almeida esclarece a Equisport, que “num meio em que existe um receio endémico de expor publicamente, com frontalidade, e clareza os pontos de vista de cada qual, e onde a maioria das entrevistas a que estamos habituados a ler são construídas, grande parte das vezes, pelos próprios entrevistados, o Francisco oferece-nos uma diferença pautada por pontos de vista genuínos e de grande valia técnica. Para além disso, nunca me pediu para alterar uma pergunta, nem nunca se negou a qualquer uma das perguntas que lhe fiz”.

Rodrigo Almeida acrescenta, “já enviei propostas de entrevistas a outros intervenientes de renome no nosso meio, das quais, ou não obtive resposta, ou gentilmente recusaram, ou mantenho-me meses há espera, com ressalvas relativas a temas que podem colidir com interesses vários. Não entendo um meio de jornalismo equestre, fortemente condicionado pelo clientelismo, onde, a favor de quem paga a publicidade, se trabalham as entrevistas, esquecendo-se o dever primário de isenção e de fiabilidade na informação que se transmite aos leitores. Acerca de uma entrevista que iria sair numa publicação, o próprio entrevistado, antes da entrevista, confessou-me que a entrevista iria ser aquilo que ele quisesse.”