
O primeiro dromedário clonado do mundo nasceu no Dubai, no passado dia 8. É fêmea, pesa 30 quilos, chama-se Injaz – “façanha” em árabe – e é o culminar de um projecto de cinco anos, que visa perpetuar uma raça de camelídeos bons corredores e produtores de leite, oriunda daquele emirado. A mãe e a cria estão bem de saúde, garantem os cientistas.
“Os camelos são animais muito importante nesta parte do mundo”, afirmou à BBC o biólogo indiano Nisar Ahmad Wani, do Centro de Reprodução de Camelos dos Emirados Árabes Unidos. “Tal como no Ocidente há corridas de cavalos, no Médio Oriente fazemos corridas de camelos.” O dromedário é um camelo com apenas uma bossa.
Injaz foi clonada a partir de um dromedário escolhido ao acaso, mas de futuro os cientistas planeiam clonar exemplares de raças superiores, assegura Wani, que dirigiu o programa que permitiu gerar Injaz. A ideia é apoiada pelo xeque Mohammed bin Rashid, líder do Dubai e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos.
A cria nasceu de um “embrião reconstruído”, fabricado em laboratório a partir de células de duas fêmeas. Os cientistas colocaram ADN de um dromedário abatido num matadouro em 2005, no óvulo de outro animal. A gestação durou 378 dias e foi a única a chegar ao fim, de entre sete induzidas pelos cientistas. “Os abortos espontâneos são típicos na clonagem, fazemos muitas tentativas, mas só um sobrevive”, afirmou Ulrich Wenery, membro da equipa.