NotíciasSaltos de Obstáculos

Critérios para cavalos de 4, 5 e 6 anos e C.P.C.O.

Capt. António Pimenta da Gama

Sob a égide da FEP e com a magnífica organização da S.H.P realizaram-se de 5 a 9 de Outubro os habituais critérios para cavalos de 4, 5 e 6 anos e ainda o Campeonato de Portugal do Cavaleiro de Obstáculos.Com a participação, em número, muito semelhante à edição de 1998, apenas com menos 2 animais em 6 anos, com menos cinco em 5 anos e com igual número em 4 anos, o conjunto de valores foi sensivelmente do mesmo nível que no ano transacto.No critério de 4 anos, destacou-se, a grande distância, o cavalo belga S. Francisco, montado por Jorge Mathias. Filho do celebérrimo Darco, este poldro revela grande capacidade como saltador, e foi, quanto a nós, o melhor exemplar entre todos os animais que participaram nos critérios. Menção para o nacional Ó Balilo e ainda para o poldro de origem Belga Lucky de St. Hermelle, propriedade do Arq. José Lebre proprietário de uma coudelaria com base em animais importados de boas linhas de saltadores.Devo dizer que esta peara de 4 anos me desiludiu bastante. Devemos ter em consideração, que actualmente, os cavalos de 4 anos já entram no critério com alguns percursos feitos, ao contrário do que antes acontecia que, ganhadores houve, apenas com 15 dias de trabalho em obstáculos… É certo que o grau de dificuldade das provas é maior embora tecnicamente estivessem bem elaboradas e aqui vão, desde já, os parabéns para o Major Lourenço Fernandes Thomaz que em todo o certame revelou a sua competência como director de campo internacional.

No critério para cavalos de 5 anos, um conjunto revelou-se nitidamente superior aos restantes : Alaska, com Luís Sabino Gonçalves, melhorou, e de que maneira, a actuação de 1998 e mostra grandes possibilidades futuras. Também neste escalão, Mike e Giffard de la Mare com Luis Sabino Gonçalves, Da Vinci, um irlandês montado por Johnny Mendes e propriedade do Eng. António Seabra, deram nas vistas e reúnem muito boas possibilidades. Nababo, um animal da “prolífera” Coudelaria de José M.Soares da Costa, era para mim um dos favoritos á vitória mas, a desilusão na prestação da 3ª prova, deu-me para pensar seriamente, quanto ao seu futuro como cavalo de obstáculos.Nas provas para animais de 6 anos, quanto a mim, o lote mais equilibrado, sobressaíram o SF Fantome de Semilly, o hanoveriano Silverkranich, o alemão Lantino e ainda os franceses Fakir du Croisy e Florestane, esta muito bem montada em todo o critério por António Portela Carneiro, não esquecendo e não é por pratiotismo, o Morango do Paço que começando fulguralmente veio a ter uma descida pronunciada. Foi para mim uma desagradável surpresa a actuação de Quick Van Bremersen. Aureolado com uma actuação, dizem soberba, nas provas de Lanaken, este cavalo não está minimamente posto para o aproveitamento das suas reais possibilidades, que na nossa opinião, são enormes. Já falámos de uma maneira sucinta dos critérios e passemos ao ponto forte desta “refeição”, o C.P.C.O.

Com um número muito reduzido de participantes (25), este Campeonato não teve o brilho das edições anteriores. E não se diga que não foram notáveis as actuações do ganhador, João Mota, do Vice Campeão, Victor Frias e dos irmãos Mendes de Almeida por exemplo. No entanto, nomes conhecidos e valores do nosso depauperado meio hípico, ficaram inexplicavelmente fora desta competição. Falta de cavalos?Resultados ainda por esclarecer do C.P.C.O de 1998?Ausência habitual dos cavaleiros radicados no estrangeiro?

Enfim, por certo razões de peso a privarem o nosso fiel público do Jockey de presenciar uma prova que se pretendia de muito maior interesse e de maior nível técnico.Fora essas falhas não foi seguramente a dificuldade dos percursos muito bem montados pelo já citado Major Lourenço Fernandes Thomaz, que esteve, a grande altura, nesta actuação como director de campo já muito “batido”.

Assim e para terminarmos este “escrito” já longo para o que se pretendia, desejo do coração, ver melhorado o nível do nosso hipismo na modalidade de obstáculos, até porque a nova Direcção da FEP tem, seguramente, o maior interesse e a maior boa vontade em modificar e melhorar o estado actual das coisas.