V Campeonato da Europa – Equitação de Trabalho
CAMAIORE, (ITÁLIA) 27 E 29 DE OUTUBRO 2000Engº João Ralão DuartePORTUGAL CONSEGUE OS TERCEIROS TÍTULOS CONSECUTIVOS: INDIVIDUAL E COLECTIVAMENTE DEMONSTRANDO A SUPERIORIDADE DOS SEUS CAVALEIROS E DO CAVALO LUSITANO.Decorreu em Camaiore (Itália) nos passados dias 28 e 29 de Outubro o V Campeonato da Europa de Equitação de Trabalho, que terminou com a folgada vitória da equipa Portuguesa e com o triunfo individual de Pedro Torres que montou o Puro Sangue Lusitano Navarro.Este Campeonato foi disputado em condições que não foram as ideais, não só no aspecto de instalações (como o local das provas), mas também no aspecto técnico (regulamento pouco claro em determinados pontos, comunicado muito tarde aos países e juizes com critérios, no mínimo, ‘estranhos’). De qualquer modo, e mesmo com grandes contrariedades, os cavaleiros e cavalos portuguesese mostraram que neste momento são os mais fortes na Equitação de Trabalho.Depois de analisados os resultados obtidos nas jornadas do Campeonato Nacional, e daquilo que os concorrentes fizeram durante os treinos, o seleccionador Francisco Cancella de Abreu e o chefe de equipa João Ralão Duarte, decidiram que os elementos da equipa seriam Pedro Torres, Bento Castelhano, João Paulo Fernandes e Joaquim José Salvador e os concorrentes individuais: Ricardo Moura Tavares e Paulo Santos.PROVA DE ENSINOO Campeonato iniciou-se com a Prova de Ensino. Aqui a equipa espanhola formada pelos melhores classificados do Campeonato Espanhol de Doma Vaquera, colocou três elementos nos quatro primeiros lugares tendo dominado largamente e terminado com 15 pontos de vantagem de Portugal.Os melhores cavaleiros portugueses foram Paulo Santos (2º), Ricardo Tavares (5º) e Pedro Torres (6º).PROVA DE MANEABILIDADENesta prova Portugal demonstrou que no nosso país estamos a trabalhar bem, e mesmo com um percurso algo diferente do habitual, dominou amplamente metendo 5 cavaleiros nos seis primeiros lugares. Ricardo Tavares (1º), Paulo Santos (2º), Pedro Torres (3º), Bento Castelhano (5º) e João Fernandes (6º).Ao fim destas duas provas, Espanha liderava a classificação por equipes com 5 pontos de vantagem sobre Portugal e individualmente Paulo Santos (POR) e Manuel Gonzales (ESP), lideravam a classificação individual com 44 pontos tendo a 1 ponto Ricardo Tavares (POR) e a 5 de Pedro Torres (POR).PROVA DE VELOCIDADEComo é habito nesta prova os grandes favoritos eram os Italianos, dado que baseiam as provas de Equitação de Trabalho na Velocidade e na Vaca.Mas apesar de naturalmente, por equipas, a vitória ter pertencido à equipa da casa (com 4 concorrentes classificados nos 7 primeiros lugares), a grande surpresa aconteceu com a vitória individual a pertencer a Pedro Torres. Pela primeira vez não foi um italiano a ganhar individualmente a Velocidade.Esta vitória deu o título individual ao cavaleiro português. Ricardo Moura Tavares foi 5º e Bento Castelhano 6º.Depois desta prova ficou ordenada a classificação individual que demonstrou bem a supremacia dos cavaleiros portugueses : 6 nos nove primeiros lugares, e do cavalo LUSITANO com 4 cavalos desta raça nos cinco primeiros lugares.PROVA DA VACANesta prova onde a componente sorte tem papel fundamental a teoricamente favorita Espanha, não conseguiu melhor que um quarto lugar.A vitória pertenceu a Itália, o segundo lugar a França e o terceiro a Portugal (no qual Pedro Torres obteve o terceiro melhor tempo individual.
Apesar da equipa Italiana ter ficado a apenas 12 pontos de Portugal, parece-nos indiscutivelmente e sem patriotismos desnecessário que a equipa de Portugal é bastante superior às demais e que para este resultado contribuíram não só o facto de dos 5 juizes dois serem italianos e nem sempre isentos. Portugal e Espanha são sem dúvida os países cujos cavaleiros têm os cavalos ensinados, apesar de França ter apresentado nítidas melhoras nomeadamente na Prova de Ensino.Os cavaleiros espanhóis apesar de naturalmente terem feito uma boa Prova de Ensino, demonstraram não ter os cavalos preparados para as outras Provas, talvez por falta de treino. Parece-nos que é do mesmo modo que os portugueses, franceses e italianos montam os seus cavalos tradicionais (Lusitanos, Camargueses e Marimeños) os espanhóis deveriam apresentar cavalos PRE e não cruzados, mas conforme palavras dos próprios, isso acontece pelo facto de ser reconhecida naquele país a falta de qualidade do cavalo PRE para este tipo de prova.Bom trabalho da juíza portuguêsa Dra. Claudia Matos no difícil trabalho de defender a verdade e os regulamentos tanto no julgamento como nas reuniões de juizes onde teve que se confrontar com atitudes pouco sérias e também por vezes reveladores de desconhecimento técnico, nomeadamente do 2º juiz italiano.