Parece haver neste momento uma tendência crescente para se ouvir qualquer conselho, vindo de qualquer pessoa, desde que esse conselho esteja na moda.Hoje fala-se muito em proporcionar aos cavalos uma vida o mais natural possível. E o que é uma vida natural para o cavalo? Não há dúvida que para aquele que nasceu no campo e aí viveu sempre, esse é o seu ambiente natural. Habituou-se desde que nasceu a defender-se de todas as adversidades climáticas – ou sucumbiu.
Mas, para o cavalo habituado a viver em cativeiro essa situação é tortura. Passar por frio, chuva, vento e falta de pasto no Inverno ou sede, excesso de calor, de moscas e falta de pasto no Verão são situações que podem levar a um estado irrecuperável. O cavalo selvagem sabe e pode refugiar-se das intempéries; tem hectares e hectares de terreno onde pode escolher o melhor lugar para se defender delas. O cavalo a quem tentamos ridiculamente dar aquilo a que chamamos uma vida natural tem 1 ou 2 míseros hectares, na maior parte dos casos sem um abrigo e ou sem uma árvore frondosa onde se possa abrigar quer do mau tempo quer do sol tórrido do Verão.Hoje os cavalos são, desde que nascem, submetidos a maneio permanente. Alterar repentinamente essa forma de vida, colocando-os numa situação em que tudo do que dependeram até aí lhes é retirado é a melhor forma de lhes fazer mal. Cada cavalo é um caso e cada caso deve ser tratado de acordo com a sua constituição. Nem todos os cavalos se dão bem no pasto e todos necessitam de abrigo, cuidados e essencialmente de companhia.Nunca devemos aceitar nada como sendo a verdade absoluta. Em caso de dúvida sobre alguma coisa é aconselhável discutir o problema com um verdadeiro técnico – alguém que trate de cavalos há longos anos, cavalos esses que tenham bom aspecto, que se encontrem em forma, sãos, adequadamente musculados e sociáveis.
