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Ramalho Ortigão

Texto: J. de Santo Estevão

Brilhante escritor, figura incontornável da nossa Literatura, este portuense, onde viveu até aos 30 anos de idade, além de Jornalista, Bibliotecário e Professor, teve a oportunidade de manifestar o seu amor à Festa através de valiosos escritos que são páginas de admiração pela mesma. José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, a 24 de Novembro de 1836 (há alguns escritos que referem “24 de Outubro”, embora seja “Novembro”, indicado nas melhores Enciclopédias). Filho de Joaquim da Costa Ramalho Ortigão, distinto professor e director do reputado Colégio da Lapa, era o mais velho de nove irmãos.

Até aos 7 anos de idade foi criado em casa de sua avó materna, junto do tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento e de um empregado da casa, um velho militar. A formação do seu carácter foi influenciada por ambos, aprendendo o valor da disciplina e os hábitos de leitura, sobretudo a partir do dia em que a sua mãe lhe deu a ler “Viagens da Minha Terra”, de Almeida Garrett. Fez os preparatórios em Coimbra, matriculou-se em Direito, vindo mais tarde a leccionar Francês no Colégio onde seu pai fora director e a ter como aluno Eça de Queirós. No Porto colaborou no Jornal do Porto, Gazeta Literária e Revista Contemporânea.

Entretanto Ramalho Ortigão vai residir para Lisboa e na capital, inicia também colaboração em várias publicações como Diário de Notícias, Diário Popular, Jornal do Comércio, Diário da Manhã e outras, assinando críticas literárias e narrativas de viagens. Em Lisboa relacionou-se com o seu antigo aluno Eça de Queirós e, em 1870, começou com este uma crónica mensal de política, de letras e de costume, denominada “Farpas” que mais tarde foi reunida em vários volumes de acordo com os temas.

Com uma vasta obra literária, a sua ida para o sul avivou-lhe o nacionalismo e trouxe-lhe a paixão pelo Ribatejo e pela Festa, de que são testemunha alguns trechos, como este: “…com uma paisagem tão penetrante portuguesa, tão aviventada de sentimentos, na Alhandra, em Vila Franca de Xira, no Cartaxo, no Vale de Santarém, ondulada de searas, do verdejante das vinhas gorjeada de rouxinóis, no murmúrio das azinheiras e dos olivais, uma noção nova me veio – a noção de Pátria”.

Com estes sentimentos de português autêntico, também devotou à Festa, a exemplo de alguns dos maiores escritores uma atenção muito especial.  Apreciemos então, para finalizar, estes nacos de prosa, retirado do livro “Costumes e Perfis”: “Subitamente, pelas três da tarde, uma enorme girândola de foguetes partia, resfolgava no ar e rebentava estrondosamente nas alturas em bombas explosivas, em cusparadas de fumo, em canas soltas, bamboleantes no céu… E de tudo parecia sair o grande grito peninsular, unânime e uníssono, estridente, vitorioso e arrebatador – aos toiros! aos toiros! aos toiros! Ei-la, aqui está, jucunda e gloriosa, sob o azul do céu, a nobre e antiga praça de Sant’ Ana, regurgitante de gente ávida, impaciente e ruidosíssima.

Estrondeia um passo dobrado nos metais caóticos da charanga. Moços de jaqueta branca e regador em punham borrifam a arena… Depois o toiro. Picado pelo cavaleiro e pelo capinha, bandarilhado e passo à capa, o momento solene chega. Um frémito, desconhecido de qualquer outro povo que não sejamos nós, percorre toda a trincheira da sombra e do sol, e retumba este grito: – À unha! Então, o forcado. Ele desagrega-se do grupo dos valentes, que nessa manhã chegaram de Alcochete ou de Aldeia Galega, e só, no campo desafogado, adianta-se para o bicho em costume de gala: jaleca de ramagens, calção de anta, cinta encarnada, meias bordadas e sapatos de prateleira. O seu aspecto cheira ao sol da lezíria, ao rosmaninho da charneca e à terra revolvida pelas charruas. Palpita-lhe a força em cada músculo, e canta-lhe a saúde, vermelha e salgada em cada poro da pele. O toiro investe com ele pela barriga. Ele empolga o toiro de frente por entre os cornos, escarrancha-se-lhe na cara e afocinha-o no chão…Entretanto a Praça de Santana foi demolida e Ramalho reage. “De sorte é que por esse Ribatejo fora, as corridas de Alhandra, de Vila Franca de Xira, de Samora Correia, de Salvaterra de Magos, que eu terei de ir mais este Verão, de jaleca ao ombro, faca no bolso e uma melancia debaixo do braço, refazer-me de nacionalidade, de força, de literatura e de poesia na sagrada tradição da minha terra.

As razões de brandura de costumes, de humanidade, de filosofia, de civilização, invocadas pelos que dirigem esta jigajoga, eu, humilde intérprete do povo, só uma coisa opõem: é que má raios partam o zelo tísico de tanto maricas, de tanto chochinha, de tanto lambisgóia.”

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