
A Hermès apresentou, neste sábado (4), uma coleção que une tradição e desejo, reafirmando o seu DNA equestre com um toque de liberdade e sensualidade feminina. O desfile, realizado no sexto dia da Semana de Moda de Paris, revelou uma narrativa visual poderosa, em que a elegância clássica da maison encontra a leveza das planícies da Camarga, no sul de França.
Assinada por Nadège Vanhée, diretora criativa das coleções femininas desde 2014, a primavera-verão 2026 da Hermès é uma ode à mulher confiante, que habita o espaço. “Quis trazer um toque mais boemio à equitação — mostrar que montar a cavalo também pode ser sinonimo de liberdade e uma forma de êxtase”, explicou a estilista após o desfile.
Na passarela, bridões, arreios e fivelas serviram como elementos estruturais em vestidos ajustados, jaquetas curtas e peças em gabardine. O couro, material-símbolo da Hermès, apareceu mais solto, mais fluido — como descreveu Vanhée, “um cavalo selvagem” — traduzindo uma nova liberdade feminina. Tops e saias em couro contrastavam com o movimento natural dos tecidos, criando um jogo sutil entre força e delicadeza.
A paleta de cores evocava as terras áridas e o céu aberto da Camarga: tons de castanho, tabaco, areia, bege, branco e preto, pontuados por notas vibrantes de vermelho e azul profundo. O resultado é uma coleção de beleza silenciosa, mas profundamente sensual — fiel à elegância contida que define a Hermès.
Mesmo num momento de instabilidade no mercado de luxo, a maison parisiense segue em pleno galope. No primeiro semestre de 2025, a Hermès registou um crescimento de mais de 7% na receita, alcançando 8 bilhões de euros — prova de que tradição e o desejo continuam sendo os melhores aliados da marca.