A morte da égua PSL O-Serradora, de valor incalculável, foi uma tragédia que recentemente recaiu sobre a Coudelaria Lima Duarte, na Ilha Terceira, Açores. Segundo um dos proprietários, João Duarte, a situação é resultado de uma nova ração que deixou gravemente doentes outros animais.
João Duarte contou que deu a nova ração aos seus cavalos numa noite e 48 horas depois “já tinha duas éguas deitadas ao chão” e “mais uma égua e um poldro com grande dificuldade de locomoção”. A maioria dos animais está em recuperação, mas uma das éguas acabou mesmo por ter se ser abatida. De nome O-Serradora, esta égua de raça lusitana tinha ferro Sommer de Andrade e vários prémios alcançados em concursos. “Era uma égua de valor incalculável”, refere João Duarte.
A coudelaria Lima Duarte, tem como base dos seus produtos descendência de cavalos como «Firme», «Nilo», «Neptuno», «Novilheiro», «Universo» e «Lidador», entre outros.
João Duarte não tem dúvidas que na origem destes problemas está na ração da fábrica Rater. “Foi-me dito pelo proprietário da fábrica, o engenheiro Pedro Simões, que era uma ração muito boa, disse-me até que se responsabilizava pelos bons resultados que iria produzir nas éguas e nos poldros”, afirmou, “mas a verdade é que só os animais que não comeram a ração é que estão bem. A égua que faleceu era uma égua líder.
A conclusão de João Duarte é reiterada por veterinários, que garantem a origem alimentar do problema. As razões apresentadas são várias: o aparelho digestivo, nomeadamente o fígado, foi o mais afectado, trata-se de um processo hiper agudo e extremamente agressivo e a única alteração registada foi a mudança de alimentação.
Na queixa-crime que apresentou na PJ contra a Rater, João Duarte refere ainda que as sacas de ração não continham, como é imperativo legal, a composição do produto. Acresce ainda que, quando a polícia se dirigiu ao local para recolher amostras estas tinham desaparecido, facto que leva a que os proprietários da fábrica sejam acusados de “invasão de domicílio e sonegação de provas”.