Inaugurado há 12 anos, o complexo de Calvelo em Ponte de Lima custou cerca de um milhão de euros. Não é Ascot, mas ali também se aposta, é a única estrutura do género existente em Portugal.
Espaço de eleição para as corridas de cavalos, o recinto apresenta-se como o único local do país onde as apostas nos cavalos são legais. Mas, como não há bela sem senão, a pedra no sapato do equipamento inaugurado há 12 anos no extremo sul do concelho e que custou cerca de um milhão de euros, está na própria lei que enquadra a actividade, redigida há precisamente meio século. Para os responsáveis, trata-se de “amarra” a um investimento que poderia render milhões, assim como gerar elevado número de postos de trabalho em todo o país.
Na base da situação está a inexistência de apostas mútuas urbanas na corridas de cavalos, tendo os concursos públicos lançados para dinamizar a actividade encerrado desertos, em parte derivado à elevada carga fiscal.
Os promotores do equipamento, com cerca de 30 hectares, receberam ajudas comunitárias para a sua implementação, e encontraram nos patrocinadores um contributo essencial à “difícil ginástica financeira” que é preciso fazer para manter o recinto aberto.
Desde 1956, altura em que se regulamentaram as apostas mútuas nos hipódromos, que os aficionados e profissionais da actividade aguardam que o governo dê um sinal para avançar.
Em 1992, esse sinal foi dado, com a publicação de um decreto que definia o quadro legal da exploração das apostas mútuas, mediante concurso público. Havendo concessionários internacionais interessados, ninguém apareceu aos dois concursos. Exigiam-se projectos megalómanos, tais como hipódromos com 60 hectares.
Em 2005, surgia uma ponta de esperança durante a curta governação de Santana Lopes. No entanto Jorge Sampaio, Presidente da Republica na altura, ceifou todos os sonhos, vetando a legislação.
De modo a captar as atenções, Calvelo deu, este ano, início às corridas de garranos, provas com as quais esperam captar a si novos públicos, visto tratar-se de raça típica da região nas festas e romarias, mas não em hipódromos.
O que seria das corridas de cavalos em Portugal se não fosse o contributo deste hipódromo?