Fundação Alter Real vai ser extinta
A Fundação Alter Real (FAR) vai ser extinta e a gestão daquele espaço vai passar para a tutela do Estado, disse esta terça-feira o presidente da Câmara de Alter do Chão, Joviano Vitorino.
De acordo com o autarca, a decisão foi tomada na segunda-feira pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, passando a gestão da Coudelaria de Alter do Chão para a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e Companhia das Lezírias.
«Eu defendia que era melhor o modelo da gestão privada com os fundadores. A situação que estava era incomportável porque havia salários em atraso e contribuições fiscais em atraso. Se o Estado está a assumir a tutela, completamente de acordo», disse.
Joviano Vitorino, membro do Conselho de Administração da FAR, acrescentou que espera da parte do Estado que «não retire» as valências que a coudelaria possui e as «desenvolva», sublinhando, ainda, que são «importantes» para a região.
Com cerca de 100 funcionários, a FAR foi criada a 01 de março de 2007, após a extinção do Serviço Nacional Coudélico (SNC), no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE).
O projeto da FAR reuniu um grupo de 30 fundadores privados que investiram 50 mil euros cada, além de se comprometerem a pagar uma quota anual superior a dois mil euros.
Nos últimos anos a FAR acumulou um passivo de 2,5 milhões de euros e dívidas a empresas prestadoras de serviços.
A Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748 por D. João V, desenvolve, atualmente, trabalhos de seleção e melhoramento de cavalos Lusitanos e na área de investigação, possuindo ainda uma unidade clínica dotada com todos os meios para o acompanhamento e tratamento médico dos animais.
As instalações da coudelaria albergam também um polo da Universidade de Évora, um espaço dedicado à formação profissional e infraestruturas hípicas e desportivas, além do laboratório de genética molecular.
O turismo temático e ambiental e a falcoaria são outras das áreas que fazem parte do dia-a-dia da coudelaria.