Fundação Alter Real: liquidação total afasta privados

Acabou-se. A Coudelaria Nacional de Alter do Chão já não é fundação.

Os privados vão embora e a Direcção-geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) assume responsabilidades, delegando na Companhia das Lezírias, sociedade agrícola do Estado, a preservação do património genético animal das raças Lusitana, Sorraia e Garrano.

É o fim do projecto posto em prática pelo ministro Jaime Silva em 2007, que não foi bom enquanto durou: seis anos e quatro meses trouxeram à coudelaria um passivo da ordem dos 4 milhões de euros. Davam trabalho a 64 pessoas para cuidar um efectivo de 600 cavalos.

O concelho de administração da FAR tem agora 90 dias para a liquidar. O Estado, através da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, assume as responsabilidades que vierem a ser apuradas no âmbito da liquidação no que exceder a avaliação da transferência de património operada para as Lezírias.

O administrador nomeado pelos privados, Bernardo Alegria da sociedade de advogados Abreu & Associados, disse ao “I” que “em Setembro chegarão ao Tribunal Judicial de Fronteira as acções para que sejam reconhecidos os créditos dos fundadores em sede de liquidação”.

A transferência para a DGAV e Companhia das Lezírias deverá estar concluída até ao final de Agosto – património e funcionários, parte dos quais deverão ficar sem trabalho. Até que o processo esteja concluído, complete à DGAV e à secretaria-geral do Ministério da Agricultura assegurar os encargos e as remunerações dos trabalhadores que são funcionários públicos, mas não daqueles cujos encargos e remunerações são assegurados por contractos de cedência celebrados com outras entidades.

Para já, extinguiu-se a fundação, mas faltam ainda muitos passos até que esteja extinto todo o problema.