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Da Sela de Arções, ao Selim Inglês. Do Selim Inglês ao Selim “Mickey”. Um retrocesso civilizacional?!

Texto: Dr. Henrique Cymbron

“Albarda-se o burro à vontade do dono” refere a sabedoria popular.

De facto, em matéria de arreios de equitação, o ditado aplica-se com predicado. Que mais não seja porque, da variadíssima panóplia de arreios disponíveis, alguns deles, são autênticas albardas.

É compreensível que exista alguma variedade de arreios disponíveis no mercado. Até mesmo alguma variedade de selins específicos para cada modalidade e, dentro destas, alguma variedade de modelos diferentes, pois os cavaleiros tem constituições físicas muito diferentes e, por isso, necessitam de algumas adaptações para responder a essa diversidade. Muito sinceramente, em minha opinião, nada justifica a vastíssima gama de modelos que vemos disponível na internet e o vastíssimo número de marcas existentes, mas, quanto a isso, o mercado justificará a sua existência pela simples aplicação da lei da oferta e da procura.

Num olhar diacrónico para a história dos arreios, referiríamos que não se sabe bem quando o homem começou a usar algum tipo de proteção de dorso para montar a cavalo ou outros animais, como o camelo.

É difícil imaginarmos, mas, no tempo de Alexandre o Grande, a cavalaria do exército macedónio ainda montava em pelo ou apenas com uma pele de animal sobre o dorso dos seus cavalos.

Os primeiros usos de selas são geralmente atribuídos aos mouros do Norte de África, mas a primeira armação de uma sela conhecida foi encontrada na Ásia por volta de 200 anos A.C.

Estes cavaleiros rapidamente se aperceberam que o vaso da sela permitia um melhor equilíbrio sobre o dorso de um cavalo e a possibilidade de manter as mãos livres para poder usar lanças ou arcos com flechas, com os evidentes benefícios que daí resulta para a “arte da guerra”.

Os romanos quando invadiram pela primeira vez Inglaterra não usavam ainda selas. O uso destas só se vem a verificar no fim do seu Império. A sela romana não era muito diferente da que temos hoje, mas não tinha ainda estribos. Tinha dois apoios em forma de corno ou maçaneta atrás e outros dois à frente ligados por um arção. Este arção da frente era muito semelhante ao arção da frente de uma sela portuguesa de hoje, o que permitia ao cavaleiro um maior apoio da perna e uma maior independência das mãos conforme já referido.

A sela de arções, com variadas diferenças, atravessa toda a antiguidade, idade média e renascimento. Ainda no século XVIII ela é o arreio mais utilizado, pois era o arreia privilegiado para o combate, as caçadas, o toureio e outras atividades próprias das cortes de então.

Durante a idade média, a “arte de montar” a cavalo sofreu um retrocesso com o uso de sofisticadas armaduras pelos cavaleiros e pelos cavalos, as quais, para além do excesso de peso que colocavam sobre o cavalo, limitavam em muito os movimentos necessários ao aperfeiçoamento da equitação clássica. As selas foram também por isso alteradas e aumentados os seus arções. Durante o renascimento são novamente reduzidos esses tipos de apoios.

A sela de arções chega aos nossos dias, principalmente pela tradição do toureio equestre em Portugal, onde é evidente os benefícios deste tipo de arreio para essa prática.

Durante o século XVIII, mas com maior realce durante século XIX, o desenvolvimento das caçadas à raposa em Inglaterra vem revolucionar o tradicional uso de arreios para montar surgindo uma nova sela radicalmente redesenhada a que chamamos de selim inglês. A dimensão desportiva desta atividade, com cavaleiros a galoparem, por vezes, a alta velocidade e a saltarem sobre sebes fixas no campo, tornava incómodo o uso dos tradicionais arções. A nova sela tem assim um formato baixo e plano, com poucos apoios, permitindo a perna avançar e desenvolver a posição de assento avançado.

Com o desenvolvimento das modalidades de Saltos de Obstáculos e de Concurso Completo (CCE) de Equitação, o selim inglês foi ganhando popularidade e tornando-se no principal modelo de arreio para o desenvolvimento dos desportos equestres. O evoluir destas modalidades desportivas deu-se fundamentalmente entre os militares, pois a equitação desportiva era uma prática quase exclusiva da cavalaria. Deste modo, quando se desenvolve a modalidade desportiva de Dressage, no inicio do seculo XX com o desenvolvimento dos Jogos Olímpicos e, naturalmente porque os cavaleiros de ensino também eram militares que praticavam as outras modalidades, o arreio escolhido para a prática do ensino não foi a tradicional sela de arções, mas sim o selim inglês.

Os cavaleiros mais antigos que conheci e que praticavam equitação no âmbito desportivo, tinham até um certo desprezo relativamente ao uso de selas de arções, pois era apanágio desses equitadores, o desenvolvimento da correta posição a cavalo, do bom equilíbrio do cavaleiro e da então intitulada “pega”, orgulho de qualquer cavaleiro de desporto nesses tempos.

Ao longo do século XX o selim inglês foi-se especializando conforme as exigências de cada uma das modalidades desportivas em que era utilizado.

No âmbito dos saltos e obstáculos e do CCE, algumas diferenças foram incluídas, mas no essencial, o selim mantem o formato inicial, pois na realidade o objetivo de saltar obstáculos foi a principal causa do seu desenvolvimento.

É na modalidade de Dressage que se verificaram as maiores alterações a este arreio. Desde logo, a exigência de montar com o estribo comprido levou à redução significativa da aba avançada do selim e ao desenvolvimento de apoios mais eficazes para a perna do cavaleiro. O vaso também teve tendência para se tornar mais fundo e com maior encaixe. Todavia, os pressupostos de uma correta colocação em sela, conforme os princípios clássicos da equitação mantiveram-se como condição indispensável para o desenho de um bom selim de equitação de ensino.

Gostaria aqui de recordar que ainda hoje no regulamento de ensino da FEP a definição de boa colocação em sela refere o seguinte: o cavaleiro deve estar sentado verticalmente, o rim e as ancas flexíveis, as coxas e as pernas bem descidas, o alto do corpo à vontade livre e direito, permitindo ao atleta ligar-se aos movimentos sem brusquidão e sem constrangimento (ou coação) para permitir servir-se das ajudas de forma imperceptível. É a única posição que permite ao Atleta fazer progredir corretamente o ensino de um cavalo.

De algum tempo a esta parte, digamos, no advento da era “pós-moderna”, começaram a surgir alguns arreios ditos de ensino, algo híbridos entre a tradicional sela de arções e o velhinho conceito do selim inglês.

Os referidos selins exageram no tipo e na forma dos apoios da perna, desenvolvendo autênticos arções, alguns deles com formatos que fazem lembrar as orelhas do conhecido rato Mickey. Não se trata apenas de uma questão estética, pois gostos não se discutem, mas, na realidade, estas “orelhas”, ultrapassam em muito o conceito de apoio, para redefinirem-se como arções de segurança. Ora a utilização da sela de arções no passado, quer na guerra como no toureio, tinha um objetivo claro de dar liberdade ao corpo e às mãos para o desempenho de outras funções para além da condução do cavalo.

Simultaneamente os mesmos arreios tendem a sentar para trás o cavaleiro, deslocando-o do centro do cavalo, alterando significativamente a tradicional colocação em sela.

A treinadora alemã Susanne Miesner refere a este propósito:

“Even the amateur who doesn’t know so much, can look at Charlotte and know that she is something special. In all my seminars as part of my theory session, I always say, I have not seen a rolkur-ridden horse, where the rider could really sit in the horse, especially in the medium and the extended, they either sit behind or they stand up in the saddle. I did some test riding in Ermelo, and they have special saddles with knee rolls like in the Middle Ages.”

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